Protestos contra e a favor de Lula acabam em confusão em São Paulo
O Conselho Nacional do Ministério Público suspendeu os depoimentos do ex-presidente Lula e da mulher dele, Marisa, que estavam previstos para esta quarta (17) no inquérito que investiga o triplex no Guarujá. Houve confusão em frente ao fórum, em São Paulo.
Desde cedo, dois grupos de manifestantes começaram a se concentrar em frente ao fórum. Um foi protestar contra o Lula e o outro prestar apoio ao ex-presidente. A polícia montou um cordão de isolamento, separando os dois grupos.
Os xingamentos partiam dos dois lados. No meio da manhã, chegaram mais manifestantes ligados ao PT a tensão aumentou.
A força tática da PM chegou e montou uma outra divisão. Mesmo assim, pequenas confusões continuaram durante toda a manhã.
Depoimentos Quatro pessoas deveriam prestar depoimento nesta quarta (17): o ex-presidente Lula, a ex-primeira dama Marisa Letícia o dono da OAS Léo Pinheiro e o engenheiro da empreiteira Igor Pontes.
O Ministério Público suspeita que Lula e Marisa sejam os verdadeiros donos do triplex no edifício Solaris, no Guarujá. Segundo o MP, a tentativa de ocultar a verdadeira identidade do dono pode caracterizar crime de lavagem de dinheiro.
O apartamento está em nome da construtora OAS, que teria feito uma reforma de R$ 777 mil no imóvel.
O advogado do casal confirma que a ex-primeira dama comprou uma cota da cooperativa Bancoop, mas depois desistiu do negócio e por isso não tem nada no nome nem de Lula, nem de Marisa.
A liminar do Conselho Nacional do Ministério Público, que suspendeu os depoimentos, é assinada pelo conselheiro Valter Shuenquener de Araújo e atende a uma representação do deputado Paulo Teixeira, do PT de São Paulo.
Na argumentação, o deputado disse que o promotor Cássio Cesarino fez um prejulgamento de sua decisão ao dar entrevista a uma revista de circulação nacional antes mesmo de ouvir os depoimentos. E que ele extrapolou as suas prerrogativas funcionais.
O deputado diz que a investigação não poderia ser distribuída à segunda promotoria criminal, da qual Cesarino faz parte, e sim à primeira promotoria criminal.